Os diamantes são as pedras preciosas mais famosas do mundo. Bonitas? Sim. Resistentes? Também. Mas o que as tornou tão especiais assim (além de uma boa campanha de marketing), foi a condição necessária para a formação de um diamante.
Na natureza, ele demora milhares de anos para se desenvolver. E a condições muito específicas. Os diamantes são basicamente carbono antigo que foi submetido a imensa pressão e temperatura, fazendo com que os átomos se cristalizassem em uma estrutura.
Na Terra, o único lugar com as condições naturais adequadas é nas profundezas do manto, a centenas de quilômetros de profundidade. Só mais tarde é que eles são trazidos para mais perto da superfície, pegando carona em erupções vulcânicas, o que os torna bastante raros.
Leia mais
Diamante pode ser a chave para a criação dos microchips mais rápidos do mundo
Existe algum material mais duro do que o diamante?
Núcleo da Terra pode conter uma enorme “fábrica de diamantes”
Toda essa especificidade tornou o diamante algo único, a ponto de ser caríssimo. A ponto também de alguns puristas serem totalmente contra a criação deles em laboratório.
As primeiras experiências do tipo datam de algumas décadas atrás, mas só depois, em 2018, é que grandes empresas, como a De Beers, nos EUA, passaram a adotar o produto sintético.
Fazê-los em laboratório, porém, não é nada simples. É necessário submeter moléculas de carbono a temperaturas de cerca de 1.500 °C e a muita pressão. Um processo desses demorava meses para ser concluído. Até agora…
Pedra preciosa virou símbolo de pedidos de casamento – Imagem: Bjoern Wylezich/Shutterstock
Diamante express
O novo método foi desenvolvido por uma equipe do Instituto de Ciências Básicas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan (UNIST), na Coreia do Sul.
Os pesquisadores sintetizaram diamantes usando uma liga de metal líquido de gálio, ferro, níquel e silício.
Em um tanque de 9 litros, essa mistura de metal é exposta ao gás metano e hidrogênio a uma temperatura de 1.025 °C.
Após 15 minutos, o gás é purgado do sistema e uma película de diamante terá se formado no fundo.
Normalmente, as técnicas de diamante sintético precisam de “partículas de sementes” para que os primeiros átomos de carbono se fixem e formem um diamante ao redor.
Mas, neste caso, as pequenas quantidades de silício no metal líquido parecem ajudar os átomos de carbono a formar aglomerados.
O resultado final é um diamante muito puro.
A pesquisa foi publicada na revista Nature.
Diamantes de várias morfologias cultivados em diferentes condições de crescimento. (Imagem: Gong et al., Nature, 2024)
Diamantes são tão resistentes assim?
A empresa De Beers foi a responsável pela grande campanha de marketing, na década de 1940, para convencer os americanos de que eles precisavam comprar um anel de diamante para fazer um pedido de casamento.
Como os EUA exercem um domínio cultural sobre o Ocidente, essa prática se espalhou rapidamente. Você deve conhecer a fama dessa pedra preciosa, ou já deve ter ouvido dizer que eles são eternos, ou que eles são para sempre.
Apesar de ser uma frase publicitária, ela é real. O diamante é considerado o mineral mais resistente do planeta. Para você ter uma ideia, ele só pode ser derretido quando exposto a uma temperatura de 5.500 ºC!
Sabe quem tem essa temperatura? O Sol, que chega a 5.800 ºC. Como não há previsão para que a Terra entre em colisão com a nossa principal estrela, é possível, sim, dizer que diamantes são eternos.
As informações são do New Atlas.
O post Como criar diamantes artificialmente? Cientistas descobrem apareceu primeiro em Olhar Digital.