Foto: Ricardo Stuckert / Presidência do Brasil
Quando o Brasil é mencionado ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, seu rosto muda de expressão. O chefe de Estado tem um estilo de comunicação direto, e na hora de comentar posições e decisões do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à guerra entre seu país e Rússia, Zelensky responde sem rodeios:
— Como se pode priorizar a aliança com um agressor?
A pergunta retórica foi feita durante um encontro com jornalistas latino-americanos num dos prédios do grande complexo presidencial em Kiev, ao qual se chega após caminhar alguns quarteirões isolados por segurança, medida que transformou um charmoso bairro da capital ucraniana numa espécie de studio de cinema. Por lá passam apenas moradores registrados, soldados e funcionários. O controle é rigoroso, e ao entrar no palácio jornalistas devem deixar seus celulares, relógios e praticamente todos os seus pertences em armários. São permitidos apenas cadernos, canetas, passaportes e gravadores analógicos, praticamente extintos no trabalho de qualquer jornalista.
O prédio escolhido para o encontro tem estilo imperial e, segundo autoridades locais, é utilizado para receber visitas importantes. Durante quase uma hora, o presidente ucraniano deu sua visão sobre o conflito iniciado com a invasão da Rússia a seu território, condenada pelo Brasil no âmbito das Nações Unidas, em 24 de fevereiro de 2022. Quando se referiu a países como Argentina, Chile, Colômbia, Peru e El Salvador, Zelensky expressou desejos de cooperação, até mesmo em matéria de produção de armamentos e outros tipos de produtos do setor de defesa. Na hora de falar sobre o Brasil, só saíram de sua boca questionamentos, críticas e frases que refletem o clima de perplexidade que existe na Ucrânia em relação ao governo Lula.
Veja reportagem completa de O Globo AQUI.