Um grupo de pesquisadores encontrou um fóssil que pode mudar tudo que pensávamos saber sobre as escamas córneas. A descoberta mostra que talvez esse apêndice cutâneo, que provavelmente originou as penas e pelos, tenha surgido muito antes do que se pensava.
Para quem tem pressa:
O fóssil possui detalhes que mostram a presença de escamas córneas em diadectídeos, um ancestral dos répteis;
A descoberta sugere que as escamas existem há mais tempo do que pensávamos e provavelmente também existiam em ancestrais de anfíbios;
É preciso encontrar e investigar fósseis mais antigos para confirmar essa hipótese.
O fóssil foi encontrado Bieganów, na Polônia, e data do período Permiano, há 300 milhões de anos, antes da primeira grande divisão na árvore genealógica dos vertebrados terrestres. Ele possui centenas de pegadas e impressões de barrigas, onde os detalhes são tão bem preservados que é possível observar a pele escamosa.
As escamas encontrada no fóssil se parecem com as desse lagarto (Crédito: yhelfman/Shutterstock)
Alguns desses vestígios mostram-se pertencer a diadectídeos, um ancestral dos amniotas, grupo que inclui os répteis, aves e mamíferos. A descoberta sugere que as escamas córneas, formadas a partir da queratina, estavam presentes desde antes dos amniotas.
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As escamas podem ser bem mais antigas
A grande maioria dos anfíbios possui a pele lisa, sem escamas ou pelos, no entanto, algumas espécies possuem também escamas córneas. Durante muito tempo os pesquisadores ficaram em dúvida se essas características nesse grupo de animais era um exemplo de evolução convergente ou se as escamas de queratinas já se faziam presentes em ancestrais comuns dos anfíbios e amniotas.
Agora com a descoberta desse fóssil, descrita na revista Biology Letters, os cientistas acreditam que seja pouco provável essa segunda opção. Visto que a separação entre os diadectídeos e os ancestrais de anfíbios é relativamente recente, é possível justificar que as escamas córneas são uma herança comum desses animais.
As escamas córneas são formadas de queratina (Crédito: fishandfish/ ShutterstocK)
Agora os pesquisadores esperam investigar fósseis ainda mais antigos para confirmar. Além disso, eles pretendem encontrar novas evidências de que a queratina estava sendo útil para outras características para além da escama naquele momento, como garras.
O post Nova descoberta pode mudar tudo o que sabemos sobre a origem dos répteis apareceu primeiro em Olhar Digital.